sábado, 25 de julho de 2009

No estás solo

Seria apenas mais um dia de semana comum, se não fosse justamente esse o mais importante de todos. Porque é exatamente quando estamos nos sentido vazios e derrotados pelo destino que percebemos o valor de cada pequeno instante, de cada pequeno gesto.
Naquele dia, incrivelmente nublado, resolvi caminhar pela praia, incrivelmente linda, apesar do céu escuro e do mar agitado. Sentei em um banco e não sei por quanto tempo fiquei ali, pensativa. Analisei todos os pontos positivos e negativos da minha vida, todos os meus defeitos e qualidades e re-planejei todos os meus sonhos, é, isso deve ter levado algum tempo...
Então, quando distraidamente olhei para o lado, reparei que havia mais alguém sentado no mesmo banco que eu, contemplando a mesma paisagem que eu e tão pensativo quanto eu estava a um segundo. Tive apenas um instante até que ele também se virou, distraidamente, para o lado e também me enxergou, prendendo toda a minha atenção naquele olhar desconhecido.
Por um momento não precisamos nos pronunciar, nossos olhos falaram por nós. E no momento seguinte os sorrisos foram trocados pelas primeiras expressões, e depois as primeiras palavras, seguidas de frases, histórias e algumas longas horas de uma conversa confortante entre dois solitários observadores.
De repente, por qualquer motivo casual, nossas mãos se tocaram, e quando mais um olhar aconteceu, todos os sentimentos que havia para serem sentidos, o foram.
E isso foi o suficiente para que eu percebesse que não, eu não estava mais sozinha neste mundo.



Não esta história não é verdadeira e muito menos aconteceu comigo. Mas como tive que escrevê-la para a escola, onde ela não está destinada a receber muito destaque, resolvi compartilhá-la aqui.
Afinal, ninguém está sozinho neste mundo.

sábado, 11 de julho de 2009

Fearless

Porque reconhecer uma falha, uma falta, doi. Não uma falta qualquer, reversível, mas algo que sem culpa te deixa um vazio. Justamente por isso, talvez, é que buscamos e idealizamos tantos sonhos sem futuro, planos que já nascem sem fim, historias que nunca se concluirão.
Num cenário onde a expectativa gerada é a grande vilã, o único culpado por sua tristeza é você. Com tão poucas e incertas evidências você continua idealizando. Sua esperança tola trabalha sua imaginação, para depois se arrepender de todos aqueles lindos momentos que nunca existiram além de em seus sonhos.
E apesar de tudo isso ainda há sempre alguém para te lembrar daquela velha e conhecida frase, a esperança é a última que morre. Sinceramente não sei se ela encoraja ou revolta mais. Já não basta toda a sua ex-perança te machucando ao ser jogada fora com a frustração? Porém consola saber que ela pode ser a última, mas um dia se vai também, levando ou não seu coração.
E então, com sua ausência outras surgirão, obviamente. E mais uma vez você se vê dependente da coisa mais imprevizível que pode existir: o destino.
Sem escapatória só te resta seguir em frente, sem medo do que possa vir, sem temer seus sentimentos, conhecendo seus limites e delimitando seu controle.
Afinal, a vida não é justa, as coisas não são como queremos e nosso destino, irresistível.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

your voice was the soundtrack of my summer


Estava procurando uma música para meu trabalho de espanhol, e, olhando para minha pasta de músicas - sem encontrar nenhuma que servisse -, comecei a ouvir aquelas que tanto gostava mas a muito não ouvia.
Achei simplesmente incrível como voltei ao tempo em que costumava ouvi-las toda hora. O estado de espírito, as histórias e até mesmo o clima daqueles dias, semanas, meses... incontáveis sentimentos que passaram por meu coração como um flash back, me fazendo sentir como se estivesse exatamente à alguns meses atrás. Lembranças retomadas uma a uma pelas letras, pelos ritmos, pela emoção.
Não é então que achei igualmente incrível como alguns pensamentos foram tão modificados tornado-se praticamente irreconhecíveis passado tão pouco tempo, da mesma forma que outros continuaram tão intactos, permanecendo em mim como uma característica intocável, essencial.
Me surpreendi totalmente com a facilidade de retornar a um passado ao mesmo tempo próximo e distante por uma música, um aroma, uma foto, um dia de sol ou uma manhã nublada.
É aí que a gente percebe que está crescendo, amadurecendo e precisando tomar uma decisão tão importante para a vida adulta, com tão poucos anos vividos, tão poucas experiências, tão novos.
Diante disso surge, às vezes, uma vontade tão grande de se refugiar nessas memórias de criança, de adolescente, e assim permanecer por um pouco mais, sem contas a pagar, sem prazos a cumprir e com muito tempo para aproveitar cada segundo sem tantas responsabilidades.
E por mais que muita coisa mude daqui para frente os momentos vividos serão eternizados pelas lembranças que continuarem em nossos sentimentos, nos dando a chance de revivê-las de um novo modo e com a saudade que nos fará aproveitar os ensinamentos de hoje para amanhã.